27 de novembro de 2013

  Julieta começa a procurar ao seu redor alguma pista de para onde fora o dono do pequeno bote, se afasta do rio várias vezes, adentrando mais à floresta, e logo voltando até as margens do rio, para evitar que se perdesse, pois havia encontrado o bote, que era sinal de quem alguém estava por ali.
  Quando estava quase desistindo de sua busca, percebe um pequeno rastro de fumaça no céu, saindo de entre as árvores, próximo de onde estava. Com receio mas já decidida, Julieta vai em direção ao local de onde saía a fumaça.
  Após poucos minutos de caminhada, Julieta encontra uma pequena casa, e espanta-se por não tê-la percebido antes. Se aproxima e apreensiva, bate na porta.
- Olá! Em que posso ajudá-la?- Era uma velhinha, e também parecia assustada ao ver alguém no meio daquele cenário.
- Oi!- Responde Julieta, sem saber o que falar.- Estava caminhando e acabei me perdendo. A senhora mora aqui?
- Não, estou apenas limpando, quer entrar? Você parece meio abalada.
- Hã, claro.- Responde Julieta, indecisa.- A senhora sabe quem mora aqui?- Pergunta ao entrar na casa.- Essa casa é bem retirada da cidade, é difícil imaginar alguém vivendo aqui.
- Pra ser honesta com você minha filha, não sei quem mora aqui. Há algumas semanas, um homem me telefonou e disse que precisava de uma faxineira, mas não quis se identificar. Achei estranho, mas aceitei a oferta. Por carta, ele me explicou onde ficava a casa, e desde então, venho três vezes por semana até aqui, limpo tudo e saio, mas nunca encontrei ninguém em casa.
- Que estranho.- Julieta tinha vontade de sair revirando a casa à procura de pistas sobre a identidade do homem que ali vivia, e que, certamente, era o mesmo que estava atormentando-a. Mas não poderia, não sem explicar àquela senhora o real motivo de estar ali.- A senhora não tem medo de vir até aqui sozinha?
- No começo até tinha, mas estava precisando de dinheiro e o pagamento que homem me ofereceu, bom, realmente não dava pra negar. Mas agora me acostumei, sabe? É bem quieto aqui e, até você chegar, não havia visto ninguém pra cá. Como foi que você se perdeu?
  Julieta não sabia o que dizer, então decidiu contar a verdade.- Bom, não me perdi, na verdade. Há alguns dias, algumas coisas estranhas vêm me acontecendo (Julieta conta parte dos acontecidos), e seguindo algumas pistas, acredito que seja aqui que mora a pessoa que está me atormentando.
- Nossa, você foi corajosa de vir até aqui sozinha. O que mais você sabe sobre este homem?- Pergunta a senhora.
- Não sei muito, mas ele sabe muito de mim, e isso me dá medo. Talvez pudéssemos dar uma olhada pela casa, para ver se achamos alguma coisa.
- Claro querida, mas temos que ser breves, pois já está quase na hora de ir embora. Aliás, ainda não sei seu nome, o meu é Marília.
- Ah, é mesmo, que indelicadeza da minha parte, sou a Julieta.- Responde, tentando ser simpática e tentando esconder a ansiedade em começar logo a 'busca'.
  As duas começam a procurar em gavetas, nas estantes, mas nada encontram além de roupas, mapas e jornais locais. Mas ao procurar em uma cômoda do quarto, Julieta encontra uma gaveta trancada, e começa freneticamente procurar a chave, sem obter sucesso.
  Após algum tempo, Marília avisa Julieta de que está na hora de irem.
- Realmente precisamos ir, logo começará escurecer. Queria poder ajudá-la mais, mas creio que não há  nada mais que possa fazer.- Diz a senhora, sendo gentil.
- Claro, agradeço sua ajuda. E peço desculpa por desperdiçar seu tempo.
- Imagina, entendo sua situação, talvez você possa voltar outro dia, com mais tempo. Posso te dar uma carona pra casa agora, no caminho conversamos.
- Posso voltar mesmo, desde que não lhe traga problemas, claro.
  As duas saem, vão até o bote e seguem em direção à casa de Juli, pelo rio.
  Ao chegar próximo à sua casa, Julieta se despede da senhora e combina o horário em que se encontrariam no próximo dia.
  Enquanto dirige até a casa de Gina, Julieta reflete sobre o que aconteceu, e se pergunta até que ponto poderia confiar naquela senhora, e se fez certo ao contar sua história à ela, pois, ao que sabia, Marília podia bem ser comparsa desse tal sujeito e tê-la enganado.
  Logo que chegasse na casa de Gina, contaria tudo à ela e ouviria seus conselhos.

 

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