22 de abril de 2013


Tempo depois de verificar todos os cômodos, Adam pergunta:
- O sujeito entrou pela janela da varanda de trás. Há lama pelo início do caminho, só que, quando foi a última vez que choveu?
- Semana passada. - responde Gina.
- Exatamente, isso indica que o cara de alguma forma, molhou os pés no lago. - Conclui Adam.
Juli pensa no carteiro desconhecido, será que há alguma ligação? Gina encara-a como se pensasse na mesma coisa.
- Vamos fazer uma busca pelos arredores. Se algo a mais acontecer, notifique-nos.
- Está bem.
Logo após os policias deixarem a casa. Gina pergunta:
- Por que não falou do carteiro, ou pelo menos, dos riscos no seu carro?
- Não sei. Não entendo, é como se não devesse falar, algo está acontecendo, não foi tudo pelo acaso. – Juli fala com as mãos na cabeça.
- Por isso mesmo. Mas, tudo bem. Vou te ajudar a arrumar tudo aqui.
Quando terminam de arrumar tudo, já são perto das 22:00 horas. Decidem fazer uma macarronada, pois estão famintas. Gina acaba tendo de ligar para Carl, para avisar que dormirá fora.
- Você não contou nada sobre o que aconteceu para Carl, não é?-Pergunta Juli, enquanto termina de tirar a mesa.
- Não, mas ele é curioso. Já percebeu que está acontecendo algo contigo. Ainda mais porque ele pergunta muito sobre ti. E, não vai desistir enquanto não souber. O que devo falar?
- Só o suficiente para ele não ficar preocupado.
As duas tomam um enorme cuidado de fechar bem a casa antes de subirem para o quarto. Decidem dormir juntas, porque além do mais não há colchão na cama do quarto de visitas. Juli é a última a deitar. Não se passam 5 minutos, Gina exclama:
- Que é isso nas paredes?
Juli percebe que há sombras mexendo-se em forma de ondas nas paredes, oras amarelas, ora vermelhas. Levanta-se num pulo, e olha através da janela.
- É lá fora. – Fala quase aliviada, por não ser ali no quarto.
As duas grudam as caras no vidro da janela. E vêem uma fogueira no meio da mata. Parece estar longe, mas é tão grande que nenhuma das duas tem certeza. Juli desce as escadas correndo, e começa a vestir sua bota.
-Você não está pensando em ir até lá a essa hora, está? – Pergunta Gina enquanto desce as escadas atrás da amiga. Juli não responde. – Está doida. A gente nem sabe há que distância está a fogueira. Nós nos perderemos, isso sim.
Gina percebe que não haveria discussão. Julieta estava decidida, e não importaria o que ela fala-se não perderia a chance de descobrir quem estava na floresta.
As duas amigas se embrenham na trilha que há atrás da casa, que quase some com a escuridão da noite. Uma lanterna não é o suficiente para enxergar os buracos, troncos e pedras. Por isso, mais de uma vez caíram. Apesar disso, foram longe. Juli estava sentindo-se extremamente cansada, todas as suas forças foram exauridas nessa corrida sem sentido. E viu que sua amiga também não agüentaria segui-la por muito mais tempo.
- Vamos parar por um momento. – Fala Gina, sem fôlego. – Não sei você Juli, mas não faço mais a mínima idéia de onde estamos.
Juli fica quieta. Pois também não sabe, não quer que sua amiga perceba seu desespero. Somente percebe que a luz da fogueira simplesmente sumiu no meio de tantos troncos de árvores. Sente vontade de chorar.
- Não sei o que fazer. –Admite Juli, deixando-se cair no chão.
- Precisamos voltar. Antes que entremos ainda mais dentro dessa floresta. Que horas devem ser? – Juli pega o celular de Gina que estava consigo.
- 23:53.
- Vamos para casa Juli, não há nada que podemos fazer aqui ainda.
Andaram por algum tempo sem que nenhuma falasse. As duas sabiam que provavelmente estariam pensando na mesma coisa. De repente depararam-se com um asfalto.
- Meu Deus! Viemos muito para o oeste será? – Pegunta Juli.
- Juli, está vindo um carro. Olha! – Gina aponta na direção, e Juli pergunta:
- Vamos acenar-lhe, quem sabe sejam os policiais; ou melhor não?
- Não sei.
Apesar disso as duas acenam. O carro diminui a velocidade, e para antes de passar por elas. O vidro desce e...
- Carl, que você ta fazendo aqui? – Grita Gina extremamente incapaz de controlar o volume da voz, sentindo-se assustada, aliviada, e com raiva, à beira das lágrimas.

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