10 de maio de 2012


Acho a margarida umas das flores mais lindas, além de sua beleza ela tem seus motivos especiais que fazem ela ser minha flor preferida, ela me lembra tanto minha nona, como minha avó, como minha infância, onde eu cresci no meio delas. Me faz voltar ao passado e ver que pelo menos isso não irá mudar.
Mas hoje queria escrever algo bonito sobre minha avó, tão especial para mim, mas ultimamente não há inspiração o suficiente. Queria só mostrar como estar na presença dela, na casa dela  me faz pensar, refletir em coisas que nunca encontro tempo para pensar. Sempre quando necessito de tempo, quando preciso me tranqüilizar, é pra lá que vou. É como um refúgio do mundo, um lugar em que dá pra se sentir em paz, dá pra acreditar em paz, e se esquecer todas as coisas ruins que rondam sua cabeça,por mais que meus avos vivam discutindo.
[...]-Alípio, não amarre esse cachorro aí no varal. Não vê que é aí que eu estendo as roupas?
-Mas daí tu tira quando for estender.
- Mas home isso não é lugar de cachorro, vai enforca ele.
-Mas..o muié sarna, o cachorro é meu, deixe ele aqui.
-Deus do céu, onde já se viu isso? Não me entre aqui dentro com essas butina tudo suja.
-Tão suja nada.
-Mas, vai faze que nem ontem que pisou em bosta e esparramou aqui pra dentro.
-Capaz..[...]
É ainda mais bom quando meu avô começa a contar histórias de quando ele era moço, falando de como colocou fogo na plantação por acidente, ou de como numa noite que estava bêbado, subiu na janela e mijou pra fora, que por sorte não havia ninguém passando aquela hora. E quando tem jogo do Brasil ou da Chapecoense então, ele se faz de técnico, grita com os jogadores, com o juiz, com o do bandeirinha, e minha avó me olha com cara de ‘pelo amor de Deus, termina logo jogo’ , e daí da penáalti, e lá vai nós de novo.
Mas o que eu mais gosto, é ficar sentada numa daquelas cadeiras de balanço, sentindo o cheiro de outono, com fogo no fogão, esquentando os pés no sol, olhando para as árvores, para os cachorros, enquanto como uma espiga de milho e escuto os causos já a muito tempo esquecidos por eles.

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